sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Emocionante...

Não será desta vez que a norte-americana Fiona Apple se apresentará em palcos brasileiros, mas os motivos para o adiamento de suas apresentações por aqui podem torná-la mais querida entre os defensores dos animais. A cantora cancelou a turnê sulamericana que a traria para Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro no fim de novembro para ficar perto de Janet, a cadela que a artista adotou há cerca de 14 anos — e que agora parece estar perto de morrer. Em uma carta divulgada nesta terça-feira, 20, e datada de sexta-feira, 16, Fiona explica aos fãs que a pitbull "tem estado doente por quase dois anos, enquanto um tumor tem crescido lentamente em seu peito". O documento é endereçado a "alguns poucos milhares de amigos que eu ainda não conheci". A produção dos eventos no Brasil ainda não se pronunciou sobre o assunto.
No texto escrito à mão em quatro páginas e reproduzido pela conta oficial da cantora no Facebook, a história de Janet é narrada com emoção por sua dona. A cadela era usada por treinadores de cães de briga para aguçar os sentidos dos animais durante as preparações para os confrontos. Fiona relata que a cachorrinha foi encontrada aos 4 meses de idade em um parque público, "com uma corda ao redor do pescoço e mordidas em suas orelhas e face". Desde então, Apple desenvolveu uma relação de afeto e dependência com a mascote, a quem chama de "minha melhor amiga, minha mãe e minha filha, minha benfeitora, e quem me ensinou o que é o amor".

Facebook/Reprodução
Longa carta escrita à mão foi reproduzida em rede social
"Ela dormia na cama comigo, com a cabeça no travesseiro, e acolhia em seu peito meu rosto cheio de lágrimas e histérico, com suas patas ao meu redor, todas as vezes em que eu estava com o coração partido", Fiona explicita na carta. O documento dedicado aos fãs também exemplifica a importância emocional que a presença de Janet desempenhava no trabalho musical da dona: "ela se sentava perto de mim enquanto eu escrevia canções e latia quando eu tentava gravar alguma coisa, e estava comigo o tempo todo enquanto gravávamos o último álbum".


Além de enfrentar o tumor no peito, a pitbull também é portadora da doença de Addison, uma disfunção hormonal que a obriga a tomar injeções de cortisol regularmente. Por causa de sua condição, a cachorra não pode viajar  com a artista em suas apresentações. Fiona acredita que sua ausência influencia no estado de saúde do animal, e observa mudanças no comportamento de Janet durante suas viagens. "Quando eu voltei da última série de shows nos EUA, havia uma grande diferença. Ela nem queria mais sair para passear", conta a compositora, que antevê o momento da despedida final. "Eu sei que ela está chegando perto do ponto em que deixará de ser um cachorro, e se transformará em parte de tudo. Ela estará no vento, no solo e na neve, e em mim, em qualquer lugar que eu for".

Para Fiona Apple, estar presente nos últimos momentos de Janet é prioridade. "Eu não posso abandoná-la agora, por favor entendam. Se eu me afastar de novo, tenho medo de que ela morra e eu não terei a honra de cantar para ela dormir, de acompanhá-la até o fim", justificou. "Eu não sou a mulher que põe a carreira à frente de amor e amizade. Eu sou a mulher que fica em casa, e cozinha tilápia para minha mais querida, mais antiga amiga". A artista ainda faz um apelo aos fãs, para que aprendam a "apreciar o tempo que se estende ao lado do fim do tempo".

Ela trata a morte do animal de estimação como uma experiência que vai reforçar o carinho de sua relação com a pitbull. "Preciso fazer o que for possível para estar lá, porque será a mais bela, mais intensa, mais enriquecedora experiência da vida como eu a conheço", detalha. "E estou pedindo a benção de vocês", finaliza o recado aos admiradores que ansiavam por vê-la ao vivo.
Fonte:Site UAI