domingo, 31 de julho de 2011

Raiva: informações importantes sobre a campanha 2011 ...

Estamos na época de vacinar nosso amigo cão ou gato contra a Raiva, doença causada por um vírus que se alastra pelo sistema nervoso de animais de “sangue quente”, domésticos ou selvagens, cães, gatos, morcegos etc., incluindo o homem. Todos os anos, uma campanha de vacinação gratuita é oferecida à população, no Brasil inteiro. Este ano, porém, pode estar ameaçada em alguns estados.
No ano passado, a vacina fornecida pelo laboratório Biovet apresentou problemas. Mais de 200 animais foram mortos após tomar a vacina em 11 estados brasileiros, entre eles São Paulo e Rio de janeiro. Ocorreram pelo menos 2.627 registros de reações adversas, como convulsões, hemorragias, vômitos e dores localizadas, em animais im
Devido aos problemas, o Ministério da Saúde (MS) solicitou ao Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), responsável pela produção e fornecimento da vacina neste ano, a realização de novos exames e de ensaios clínicos antes da utilização em campo. Segundo o MS, estas medidas provocaram o atraso na campanha.
Na tentativa de compor estoques, o MS importou 10 milhões de doses do laboratório Merial, número máximo disponível para venda no mercado mundial, para serem distribuídas nos estados que apresentaram casos de raiva – humana ou canina – nos últimos três anos. São eles: MA, CE, PA, PI, RN, PB, BA, AL, SE e MS. De acordo com o órgão federal, em setembro serão adquiridas mais 35 milhões de doses do fornecedor nacional.
Enquanto isso, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, anunciou recentemente que o Ministério da Saúde conta atualmente com um “estoque estratégico” de 1,5 milhão de doses, para atender qualquer cidade ou região onde haja “a possibilidade de circular o vírus da raiva”.
Para se ter uma idéia desse “estoque”, apenas para a cidade de São Paulo - onde a campanha é obrigatória pela Lei Municipal nº 13.131/01 - foram destinadas, para a campanha de 2010, cerca de 1,5 milhão de doses, ou seja, o mesmo volume disponível para o país inteiro. Além disso, é cada vez maior o número de cães e gatos que viajam com seus donos (e até se perdem pelo caminho, como é o caso do cão Pimpoo e do gato Esquilo), que podem ser infectados ao terem contato com animais de regiões onde o vírus circula mais livremente.
O Instituto Pasteur, no Informe Técnico 03.03.2011, confirmou que o estado de São Paulo adquiriu, ainda em 2010, 30 mil doses da vacina (0,4% das necessidades do estado) “exclusivamente para uso em bloqueios de focos nos quais ficar evidente o risco de infecção de animais das espécies canina e felina”.
No estado de São Paulo, onde ocorre a maior distribuição de vacinas no país, a campanha não começará antes de outubro, e, suspeita-se, pode até não ser realizada, apesar de não haver nota nesse sentido. O estado não apresenta um caso de raiva desde 2001, período considerado pequeno, pois a população canina é renovada de quatro em quatro anos em média, ou seja, se a vacina não for aplicada nesse período, o número de animais vulneráveis ao vírus é muito grande.
Uma veterinária que mantém contato com a ARCA Brasil, hoje morando no exterior, relata o dia em que acordou no meio da noite com os ruídos de seus gatos, brincando com um morcego, que havia entrado (pasmem!) no 16º andar de seu apartamento, todo telado, na V. Madalena, zona oeste da cidade de São Paulo. Poucos anos depois moradores do bairro testemunharam uma viatura do CCZ-SP alertando a população sobre a necessidade de vacinar os animais. Perguntado a respeito, o órgão justificou a ação por terem encontrado um morcego positivo para o vírus da Raiva, no bairro do Sumarezinho, que fica ao lado.
Movimentação da classe veterinária
Em reunião promovida pela ANCLIVEPA-SP (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) no dia 28 deste mês, a Dra. Maria de Lourdes Reichman, coordenadora do Instituto Pasteur, reforçou a importância de se vacinar os animais todos os anos. Segundo ela, a campanha não deixará de ser realizada no estado de São Paulo, o que provavelmente ocorrerá a partir de outubro.
Diante desse cenário, a ARCA Brasil, preocupada com o andamento da campanha, enviou uma circular aos Veterinários Solidários para que estejam atentos e preparados, contribuindo para que nossos animais não fiquem sem a vacina contra o vírus da raiva.
Lembrando que, assim como nos humanos, para se ter boa resposta é importante que o animal esteja em condições propícias para receber a vacina e com a sua saúde controlada. O médico veterinário é o melhor profissional para essa avaliação.

Fonte:Site Arca Brasil