sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carinho para Filhotes...

“Love, love, love...” Nunca será demais lembrar que amor e carinho são sempre bons, inclusive entre humanos e peludos, que não se chamam “pets” à toa (para quem não se lembra,“pet” em inglês significa justamente afagar, acarinhar), ainda mais nesta época que tanto valoriza a violência de Tarantinos, Schwarzeneggers e funks cariocas e que até deu má fama a pitbulls e rottweillers.


Por outro lado, dar aos caninos excesso de carinho – especialmente quando ainda filhotes – é tão prejudicial quanto mimar demais as crianças. Embora os bichos tenham sentimentos bem mais simples que os humanos, quase somente instintos e reações a clima, fome, dor etc., eles também merecem e precisam de carinho, e vale também para eles o famoso verso de Erasmo Carlos: “Proteção desprotege e carinho demais faz arrepender”.


Tal como fazemos com nossas crianças, devemos educar os cães com carinho não mais que o suficiente desde filhotinhos. Se o peludinho for deixado só (especialmente logo após ter sido afastado da mãe e da ninhada) e começar a ganir e latir de aflição (ou “chorar” em termos humanos), o que pode acontecer se o enchemos de beijinhos e abraços dizendo “ah, cachorrinho, tadinho, ficou sozinho”? Ora, muito simples: ele deduzirá que latir atrai carinho e quanto mais ele latir mais carinho ganhará. Não é o que desejamos para o cão, nós mesmos e, claro, vizinhos cuja canção preferida não costuma ser latidos e ganidos noite adentro. (A solução é socializar o bicho com atenção, atividades, brinquedos e o melhor ambiente, com carinho, sim, mas não demais).


Ao sair de casa, nada de “adeus, amor, eu vou partir” e longas despedidas. Filhotes não sabem administrar saudades e ficarão ansiosos pelo sumiço do dono, e é bom também evitar voltas ao lar muito efusivas. O ideal é um carinho rápido na saída e na volta. Tudo bem “conversas”, desabafos e abraços intermináveis quando o cão tiver cerca de um ano de idade e já estiver mais maduro e socializado. Entre abraços e beijos parece-me apropriado lembrar a frase de Agatha Christie que diz: “Cães são sábios. Eles rastejam para um canto sossegado para lamberem as feridas, e só voltam para o mundo quando estão inteiros de novo”.


Se o cão estiver muito nervoso, o ideal é não tentar acalmá-lo com carinho, pois ele pode entender que está sendo premiado por ficar nervoso. (Por sinal, melhor que tentar acalmar o cão é prevenir antes que ele fique nervoso, dando-lhe bastante atividade física, aplicando o comando de “quieto” e acalmando a si mesmo(a) e ao próprio ambiente).Carregar o cão no colo é apropriado se ele tiver machucado pata ou perna, o chão estiver muito quente ou normas de condomínio assim o exigirem (e é recomendado sempre levar o bicho no colinho ao pegar o
elevador), e nem há muito problema nisso, contanto que o dono aguente o peso do bicho – mas nada de levar o cão no colo em banco dianteiro de automóvel; o certo é no banco traseiro, preferencialmente com cinto de segurança ou caixinha de transporte. Dormir com o cão na mesma cama pode ser bom – desde que ele seja educado para descer dela quando solicitado; muitos donos se esquecem de que o filhotinho de hoje é o amigão de amanhã, podendo pesar até uns 20 quilos.
Beijar os peludos queridos também é bom, normalmente no alto da cabeça – mas há muitos adeptos de “selinhos” caninos, que beijam os cães na boca. Algum problema? Bem... Muita polêmica, com certeza: há quem diga que beijar pessoas na boca é muito mais “nojento” e “anti-higiênico”; outros relevam o cão lambendo determinadas partes do seu próprio corpo e de outros cães; e há quem jure que humanos são imunes a determinadas bactérias que atacam os cães e vice-versa (o que não é verdade!)... Enfim, o melhor é eu não me meter em assuntos pessoais (ou, no caso, canino-pessoais) de outrem. Por sinal , a noção de a saliva canina ser um poderoso antisséptico é um dos grandes mitos caninos – e estes serão o assunto da próxima matéria!
Fonte:Yahoo Notícias/Vida de Cão Pedigree