domingo, 23 de outubro de 2011

Atenção...

No sábado, ainda na parte da manhã, alguém decidiu que não queria mais cuidar de uma cadela e seus 6 filhotinhos. Os pequenos já estavam com olhos abertos, indicando que o abandono ocorreu exatamente no momento em que os filhotes começam a andar e brincar, período em que de fato dão um pouco mais de trabalho.

Foram deixados na calçada de uma rua do bairro Castelo, abrigados por alguns pedaços de madeira e lona plástica. 

Como último gesto nobre, foi deixado também um punhado de ração. Não deixaram água, e nem precisava. Afinal, chovia muito. 

Como choveu o sábado inteiro, era certo que chovia no momento do abandono.

Mas deixemos os humanos em seus lugares e falemos de lobos (esses sim merecem meu tempo)

A notícia de uma lobinha com filhotes, na chuva, chegou a uma protetora, que mesmo chegando em casa lá pelas 10 horas da noite, decidiu ver de perto.

Ao chegar no local, uma chuva forte havia encharcado não apenas o abrigo, como também os lobos. Filhotes com aproximadamente 30 dias de vida encharcados, tremendo de frio.

Um dos filhotes já estava uns três metros abaixo, na enxurrada, já com dificuldade de respirar.

Foram recolhidos, tirado o excesso de água com qualquer coisa (Nessas horas até a própria roupa serve) e colocados no banco do carro.

Quanto ao abrigo, de tão bem feito, veio abaixo minutos após a retirada dos lobos. Ainda não sabemos se a intenção foi construir um abrigo ou uma armadilha.

Só podemos acreditar que estes filhotes vieram ao mundo com algum propósito divino. Ou então, é porque os protetores de animais estão mesmo se espalhando.

 Já são milhares agindo nos dois planos.

O resto agora são histórias de lobos, tal como devem ser.

Chegando em casa, ganharam uma cama quente e um abrigo. È preciso dizer que o abrigo que ganharam foi um banheiro humano. Único lugar da casa onde não haviam outros lobos.

Mesmo assim, o olhar de agradecimento dessa lobinha reflete as razões porque tanta gente perde tempo pra ajudar essas criaturas.

Já os filhotes, alheios a tudo, não têm a noção de que nasceram pela segunda vez. Mamam, dormem, brincam e brigam, disputando a liderança da matilha, como se tivessem um grande território a conquistar.

Nasceram pra ser Reis e Rainhas e não sabem que o mundo nem sempre os recebe bem.

Infelizmente, ainda não têm abrigo. Estão em um território de lobos, onde outros animais podem matá-los. Por absoluta falta de opção, estão confinados em um banheiro minúsculo,precisando de abrigo temporário, até que os pequenos estejam na idade de serem adotados.

Mais que um anúncio de adoção, é um pedido de socorro. Esta família precisa de abrigo, urgente.

Pedimos a todos que divulguem.

São 6 filhotinhos, sendo 4 fêmeas e 2 machinhos. A mãe é de médio porte e muito dócil. Não pára de lamber a mãe de sua protetora.

Estava muito magra, mas clinicamente bem.

Contato: Eliana Malta. (31) 3474.6810 / 9956.6810


Lourinho. À procura do dono ideal...

Este é o Lourinho. Ele foi um dos machos da matilha da Chicona, uma loba selvagem que viveu nas ruas por 8 anos. Não permitia ser capturada nem se aproximava das pessoas. Há algumas semanas, foi atropelada e fraturou a coluna.

Foi resgatada e sua única chance de voltar a andar seria uma cirurgia. Morreu durante os procedimentos.

Embora acompanhasse a Chicona, principalmente por ocasião dos cios, ele tinha como companheira inseparável a Pretinha.



Viviam, os dois, em um aglomerado entre o Manacás e a Vila São José, onde algumas pessoas se diziam seus donos, muito embora nem sequer os alimentassem.

Em uma ocasião, o Lourinho foi gravemente atropelado e chegou a ficar 15 dias desaparecido. Chegou a ser dado como morto pela protetora que os alimentava.

Heis que um dia, ele reaparece mancando, já recuperado, porém muito magro, demonstrando que passou dias sem comer, talvez por dificuldade de andar e procurar comida.

Logo em seguida, a Pretinha contraiu Pneumonia e depois, Cinomose. Como nenhuma clínica poderia interná-la, foi tratada com antibióticos, na rua mesmo, quando era encontrada. Tinha tudo pra dar errado e a eutanásia chegou a ser sugerida por alguns médicos.

Eles dormiam ao relento, debaixo de chuva, e comiam quase todos os dias, apenas o suficiente para se manterem vivos. Logo após a doença da Pretinha, o Lourinho chegou a ser vacinado, o que o livrou de adoecer.

Por insistência de sua protetora, a Pretinha sobreviveu, passou pelo auge da crise, ficando com algumas pequenas sequelas.

Logo após a Cinomose, a Pretinha foi resgatada e levada a uma clínica, onde foi castrada e fez o pós operatório, aguardando por um adotante. Mas ela era um daqueles cães que ninguém quer. Sem raça, porte médio e ainda com sequelas de Cinomose.

Como já era de se esperar, o adotante não veio e a Pretinha foi devolvida às ruas, ao mesmo local onde o Lourinho esperava por ela.

Mas a Pretinha tinha algo especial. Ela havia lutado muito pela vida e não poderia terminar sua história assim. Ficamos conhecendo a Pretinha no tempo em que ela esteve na Clínica, já que foi companheira de confinamento da Nina, uma protegida de nosso Projeto. Quando soubemos que a Pretinha havia voltado para a Rua, decidimos buscar uma alternativa melhor.

Tentamos conseguir um lar provisório pra ela, o que ocorreu depois de alguns dias. A Mônica havia adotado a Estrela, também curada de Cinomose. Sensibilizada com a situação da Pretinha, decidiu recebê-la em sua casa, até que um adotante aparecesse. Esperávamos um resgate conjunto, mas agora, pelo menos um deles teria melhores chances.

Infelizmente, não seria possível o resgate duplo. A Pretinha teria uma segunda chance e o Lourinho continuaria nas ruas.

Ao chegarmos no local, avistamos de longe os dois. Haviam acabado de comer e estavam fazendo o que lobos mais gostam: Cheirar. Cheiram tudo e qualquer coisa.

Quando nos viram, vieram a nosso encontro, como se perguntassem:

__ É hoje que seremos adotados ?

A resposta era sim, mas para apenas um deles. A Pretinha seria, finalmente, resgatada. Mas o Lourinho teria que continuar na rua por mais algum tempo, sabe-se lá quanto.


Pra quem entende os sinais dos lobos, a pergunta era:

__Por que eu também não posso ir?

Infelizmente, não tínhamos a resposta. Um nó na garganta, um aperto no peito e o silêncio. Assim nos despedimos do Lourinho.

Como explicar pra cães tão especiais que ninguém os quer? Eles trazem no DNA a verdadeira paixão por humanos. Não são capazes de entender porque a recíproca não é verdadeira.

Mas enfim, as fotos acima foram as últimas visões que tivemos do Lourinho, naquele dia. Ele continuaria na rua esperando por um milagre. Esperando que alguém o adotasse.

Anunciamos a história, na esperança de que um adotante aparecesse. E este apareceu, mas aí, depois do resgate da Pretinha, o Lourinho deixou de confiar em nós e fugia como louco sempre que nos via chegar. Ele demonstrava não querer ser resgatado. O tempo passou e seu adotante desistiu.

Em uma manhã, a protetora que os alimentava sentiu sua falta e descobriu que aquelas pessoas que se diziam seus donos decidiram livrar-se dele.

Chamaram a carrocinha e ele foi capturado e levado ao CCZ. Passaria por um “exame clínico”, onde viria a ser avaliada a sua “adotabilidade”.

Nem precisamos explicar o que isso significa. Exames clínicos para avaliação de adotabilidade? Sem comentários. Animais com sarna, machucados, “feios”, ou mesmo assustados passariam no “exame clínico”? Seriam considerados adotáveis? E qual seria o destino dos reprovados?

Mas o Lourinho não estava sozinho. Seu sumiço não passou desapercebido à sua protetora. Ele foi resgatado no último dia do prazo, levado a uma clínica onde foi vacinado, castrado, vermifugado, recebendo também um tratamento para a tosse canina que o havia atingido.

Depois de um tempo na Clínica, o Lourinho já estava novamente em ótima forma. Tínhamos esperanças de que o adotante viesse rápido. Mais uma vez, ninguém apareceu.

Quando o visitávamos na Clínica, ele nos recebia com festa, como se perguntasse: __ É hoje que ganho uma nova casa? Desisti de contar quantas vezes respondi não a esta pergunta.

Como de costume, procuramos tirar as fotos e depois interpretá-las. E me dando o direito de exagerar nas interpretações, às vezes, me parecia que ele rezava, como se pedisse a protetores invisíveis que o tirassem daquele confinamento, que lhe dessem uma família, um dono. Preciso explicar que, nas fotos abaixo, não havia ninguém ao lado dele. Não saberia explicar pra onde ele estava olhando, e nem porque fechou os olhos e baixou a cabeça.


Esta semana ele teve alta médica e, mais uma vez, o adotante não veio.

Quando cheguei para buscá-lo e lhe coloquei a coleira e guia, saiu pulando de alegria (pulando literalmente).

Novamente, o silêncio e um nó na garganta. Ele estava indo para um abrigo. Ele teria ainda que esperar mais alguns dias. Ainda não era desta vez que estaria indo para a casa.

Embora muito bem recebido por lobos e humanos, abrigo não é lugar para criaturas tão especiais. Abrigos devem ser casas de passagem, e jamais lares definitivos.

Mas não tínhamos escolha. Ele foi recebido de braços abertos pela Cão Viver. Logo na chegada, cuidou de percorrer o ambiente, pra depois conhecer seus novos companheiros de confinamento.

O líder da turma é o Afonso, um cão já idoso e sem nenhum dente na boca. A Fêmea alfa era a Hanna, uma Pinscher legítima de 3 pernas.

Tinha também o Negão, um cão preto muito dócil e brincalhão que, por coincidência, havia também acabado de chegar na ONG. Os dois se deram muito bem.


Mesmo sabendo que ele estaria em ótimas mãos e que ali ficaria apenas de passagem, não pude deixar de sentir novamente um aperto no peito.

Fiquei me perguntando quando vou poder contar um “Final Feliz” para o Lourinho. Só posso acreditar que ele tem destino certo. A vida é sempre mais eficiente que a nossa vontade de encaminhá-los. Sempre confiei nela e agora não seria diferente.

Me restava preparar a melhor matéria que pudesse, pra tentar abreviar sua estada no abrigo.

A última visão que tive do Lourinho e sua nova turma, quando o deixei lá, não me sai da memória.

Se eu tivesse a certeza de que ele entenderia, talvez me arriscasse a tentar lhe explicar o porquê eu o estava deixando ali, embora nem eu tivesse a explicação.

Poderia terminar esta matéria exaltando as suas qualidades, dizendo que ele é dócil, carinhoso, que está vacinado, vermifugado, castrado, saudável, etc, etc.

Mas prefiro dizer apenas que ele é muito especial e merece o melhor adotante que a vida puder lhe enviar.

Está disponível para adoção na Cão Viver.

Feira Permanente de Adoções da Cão Viver.

De Segunda a Sábado, na Rua 1º de maio, nº 165, bairro Braúnas, Contagem.

Fone: (31) 3397.8560.


Luthor...

Este é o Luthor, resgatado em Contagem há dois meses. Ele foi encontrado com a patinha traseira muito machucada e foi necessário amputar dois dedinhos. Hoje ele está muito bem. Negativo para leishmaniose. É muito calmo, tranquilo, adora um carinho. Tem aproximadamente 03 anos. Luthor ainda está na clínica, agora não mais em tratamento, mas porque ainda não encontrou um adotante. Precisa de um lar... de uma família que o ame e que torne passado todo o sofrimento que ele teve nas ruas. Contato: Shirley Penido (31)9616-1647 ou ypenido@ig.com.br